sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Em Janelas

Ele olha pra cima
Como uma folha em busca do Sol
Sonha com um paraíso inexistente
Esqueceu-se das íris

Da janela da torre
Pode ver os abutres
Sobre a carne podre
Matando a fome com a morte

Ainda, tão longe
Pode ver os ossos
Dos guerreiros suicidas

O céu é vermelho
Os olhos também

São como pontos no infinito
Ele mal pode enxergar o resto da esperança
Obscuro, seu quarto parece uma prisão
Seu chão, mais próximo que sua alma
Adoece com tão pouca luz

De joelhos.
A terra molhada sob si
Encharcada com suas lágrimas
Não rega a história, envenena.

Uma luz entra no ambiente
Ofuscando seus olhos
Tudo parece que vai embora.
Parece...

À janela, uma borboleta.
Um brilho parece encantar sua alma
Lembra-se que não tem vida pra dar
Sem luz, morre aos poucos
Fecha seus olhos


Sonhou com o jardim de íris.
Reviu esperança,
Acordou em terra seca,
Em sonho seco,
Em história seca,

Morto.

Um comentário:

Dan Silveira disse...

eu geramlente leio e releio os textos...
na maioria das vezes não gosto do resultado. pq o sentimento passou e tal... mas esse eu achei bonito ainda. =D