segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Sou Rei, sou ladrão, sou amigo, sou cobra,
sou lagarto, sou pedaço de papel, sou Francisco, Augusto, recado de geladeira,
porta de banco, copo de chopp, taça de vinho, curativo de pereba, salsicha no
cachorro-quente, pirulito na boca de criança, sapato de cristal, pacote de pão,
tubo de creme dental, escova de cabelo.
Sou pena de pavão, sou asa de morcego,
formiga carregando folha, abelha sugando néctar, rabo de cachorro abanando,
orelha de gato de pé, goma de mascar mascada e embaixo da cadeira, porta de
manicômio, alça de mala.
Sou ponte incompleta, sou buraco na estrada,
sou placa de trânsito, sou outdoor, sou faixa de segurança, sou tijolo de
construção, sou pedaço de tinta descascada da parede, sou torneira quebrada da
pia do banheiro, sou bola de gude.
Sou Daniel Silveira da Cruz, Ellizete
Silveira da Cruz, José Augusto Reis da Cruz, Geydson Silveira da Cruz, Cleydson
Silveira da Cruz, Zezita Alves Silveira, Amelia Reis da Cruz, Grasielle
Cavalcante de Oliveira, Filipe Moreira Silva, Claudiane Barbosa, Dorothy
Fernandes...
Sou tudo e nada, todos e
ninguém!
Espelho da alma que não
tem!

domingo, 3 de junho de 2007

Mirage

There is mystery in your eyes

I can see through their

There is mistery in your eyes

But I cannot decipher it

A lady sings in my head

And plays a violine

But I don't understand

What she is telling me!

domingo, 11 de março de 2007

A Rainha


Vejo um rainha caminhar
Entre as árvores sem folhas,
Num jardim congelado.

Vejo-a com seu vestido vermelho,
Seu rosto cálido
Parece combinar com o clima...

Sua alma está fria
Seus pés parecem levá-la para um abrigo desconhecido
É dona daquele lugar

É rainha! Fria, mas rainha
Triste, mas rainha
Infeliz, mas rainha...

Sua voz não é mais ouvida!
Seus desejos não são mais realizados, mas ela ainda é rainha;
Está abandonada, chorosa;
Tem o poder, tem um reino nas mãos,
Tem a dor em seu coração
Tem neve nos pés!

Caminha solitária e dá liberdade a uma lágrima que escorre em seu rosto,
Uma lágrima que congela.

Ao longe avista o seu castelo,
Lembra dos bailes em seu salão,
Lembra dos jantares, reuniões,
Lembra de sua cama quentinha.

Caminha de volta,
Toma nas mãos um pedaço de gelo que pende de um galho.

Lembra que não passa de imagem.
Ninguém a conhece de verdade.
Ninguém a ama de verdade.
As pessoas amam a Rainha.

Ninguém sabe quem mora debaixo daquele vestido,
Sobre aquela coroa.
Ninguém...

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Dark Garden

Cultivo flores negras
Num jardim tão negro quanto
Com um humor mais negro ainda!
Deixando lágrimas negras escorrerem sobre o papel no qual escrevo!!

Aborreço-me e corro!
As pedras no jardim da minha casa parecem cantar
Um canto triste, digno de velórios
Um canto morto, tão fúnebre quanto a marcha de Chopin
Me sai dos lábios...

E eu morro aos pouquinhos,
Meu coração abandonado e desritimado
Chora como a virgem viúva!!!
Clama por socorro, mas ninguém me escuta...
Na verdade, sinto-me mais que abandonado!

Vou fazer aquilo que me resta
Apenas cantar com um coral de almas que chegam à minha janela
A me espreitar, como se quisessem colher informações sobre mim

Minhas lágrimas minguam
Secam. Meu rosto desfalece
Meu corpo desfalece...
Já não sinto tanta vida como antes

Quisera isso tudo fosse sonho, mas eis que estou mais que acordado!
Ao menos estava há alguns segundos atrás!

Boa noite, bons sonhos!!
Descanse em paz...