sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Deixa eu te amar

Oi, como vai? Soube que você tem andado cheio de trabalho, cheio de coisas para entregar e sem tempo nem para tomar uma cerveja em um boteco com velhos amigos. Espero que esteja bem com isso tudo. Sempre conversamos sobre o tempo que destinávamos ao trabalho e sempre fui eu a pessoa que precisava dar um tempo. Acho que nunca combinou com você isso de ficar afogado em trabalho de segunda a segunda.

Soube por amigos seus que você não tem atendido às ligações de alguns deles, parece que está brigado com o mundo. Espero que seja só trabalho demais o que tem o afastado das pessoas que você gostava tanto. Por falar em trabalho, vi que você vai expor novamente aquelas obras. Para mim são as suas melhores criações, sabia? Mesmo que você não goste tanto delas e que tenha jurado nunca mais expô-las.

Fiquei pensando se devo ou não aparecer na vernissage, já que não estamos nos vendo muito nos últimos meses. Mas confesso que adoraria rever suas obras e, claro, te rever também. Tomara que você não fique a noite toda rodeado de fãs e jornalistas.

Bom, trabalho logo mais, acho que vou dormir. Preciso estar um pouquinho descansado, pelo menos, amanhã de manhã. Nos falamos depois. Ou melhor, eu falo sem saber se você vai sequer me escutar. Até...

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Não fode, Alberto

Prometi a mim mesmo, mais de uma vez, que não aceitaria mais seus convites para sair, para tomar cerveja em bares, para comer sanduíches de mortadela. Mas tamanha minha vontade de olhar novamente para seus olhos que esqueci minhas promessas. E aqui estou eu, há duas horas sentado neste bar, já na quarta caneca de chopp, já escrevendo poemas sem sentido no guardanapo, contando minha história para o garçom e acendendo o quinto cigarro da noite.

Porra, Alberto. Eu tinha parado de fumar, sabia? E agora todos os meus esforços foram pra casa do caralho porque, mais uma vez, você teve muito trabalho ou teve que buscar bagulho na casa de alguém ou outro alguém terminou o namoro ou meu cu, velho.

Eu vou mandar você à merda se foder na puta que te pariu mais uma vez. Tomara que eu consiga manter a promessa que fiz hoje ao garçom, de nunca mais voltar a falar com você ou a este bar contigo.

Vou deixar o seu nome gravado na árvore e embaixo escrever "filho da puta", com o perdão de todas as putas, que não merecem um filho como você.