terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Da Paixão

Eu quero tirar você pra mim
Despir você com carinho
Com tesão
Passear em teu corpo como
Se passeia num jardirm de Versailles


Andar com minha lingua,
Como a desbravar cada cantinho seu

Sentir seu cabelo no meu peito enquanto
Descansamos de um tempo lá fora


Ah, eu quero sentir
Meu coração doer
Quando você se for
E poder te ligar às três e dezenove
Da madruagada
E sussurar poemas eróticos
No telefone


Quero esperar
O dia seguinte como um prenúncio de vitória 


Eu quero você pra mim
Eu quero trocar a vida inteira
Por um tempo ao seu lado


E comer chocolate contigo
E dizer, no meio do jantar,
Quero casar com você.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Pra Ry-r

Para o sol rir
Para o sol, Ry.
Daqueles bonequinhos numa folha de caderno
Da senhorita com vestido de florzinha
E da gargalhada tentando ser séria
Um brilho cheio de carinho
Tanto amor, tanta coisa boa
A melhor energia, os melhores ouvidos
E o cara mais chato do mundo

A senhorita de vestido de florzinha
Com uma enorme vontade de sair do papel
E o sol sorrindo
E as cantingas da infância
E a menina ao meu lado
Dançando como quando criança
"Desamassa aqui pra ficar boa!"

E a sua boneca de lata
E a boneca no caderno
Não precisam de cura
Elas são a cura
A cura pro mau humor matinal

Seu sor-ry-so irradia tanto
Que no meio do tempo passando
Dá uma energia pra pausa, café e poema
Aquece do frio
Afasta os perigos
Lembra os sonhos bons
E aumenta a saudade.

sábado, 12 de dezembro de 2009

De Gosto

Gosto do azul se ele está à mostra. Gosto do verde se ele estiver vivo, ou enrolado num cigarro. Gosto da pele nua, suada e quente. Gosto do gozo, do sorriso, da respiração marcada. Gosto do risco de unha nas costas, da marca no pescoço. Gosto do coração batendo mais forte. Gosto da dose de licor depois do sexo. Gosto de olhar a lua pela janela, acender um cigarro e ser surpreendido com um beijo na nuca. Gosto do cheiro de café que vem junto com o seu beijo. Gosto de sentir seu rosto no meu peito. Gosto de ouvir sua voz sussurrando. Gosto de sentir o vento que sacode as cortinas. Gosto muito de não dizer nada, de deixar que o momento fale por si. Gosto de ouvir a sua risada gostosa ao me contar histórias. Gosto de me encantar aos pouquinhos com o brilho de seu olhar. Gosto de poder me perder em você. Gosto de perder as horas ao seu lado. Gosto de nunca ver o tempo passar se você está comigo. Gosto de conversar sobre música durante o café e depois do café falar de novela. Gosto de voltar à cama e dizer que te quero de novo e sempre. E gosto de começar tudo de novo, sem medo de ser louco, sem medo de ser piegas. Gosto de faltar ao trabalho pra ficar com você. Gosto de dizer que não estou, se me procuram. Gosto de aproveitar cada segundo em seu corpo. Gosto de ver o céu ficar vermelho, ao longe. Gosto de ver os últimos raios de sol cobrirem seu corpo nu. Gosto de ver o volume de seus seios em direção a mim e de te guardar num abraço. Gosto de dizer que te amo baixinho, só pra você me escutar. Gosto do gemido seco e ofegante. Gosto de dormir abraçado, sentido o seu cheiro. Gosto de acordar no dia seguinte e olhar pra você, dormindo tão tranquilamente. E do beijo nos lábios antes de sair. Gosto de passar o dia esperando te ver. Gosto de ver o azul à mostra. E gosto dos pássaros no meio do caminho. Gosto de estar como um adolescente apaixonado. Gosto desse sentimento que invade meu coração. Gosto do medinho e do frio na barriga. Gosto de dizer sim. Gosto do amor quando ele, de repente, bate à minha porta. E gosto muito de saber que, no fim de tudo, não seremos apenas lembranças, mas seremos uma história só.

*Uma menina, amiga minha, gostou tanto desse texto, que eu dedico a ela. Sem citar nomes "para não causar constrangimentos".

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Memórias De Uma Noite Sem Embriaguez

É amor, meu irmão!
Não há o que questionar


Olhou o papel com algumas palavras
Leu
Sorriu
Chorou
Seu coração bateu tão forte
Parecia nunca ter vivido aquilo
Deitou
Sonhou com o que estava por vir.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Escada (ou O Menino Sem Medo)


Em cada momento,
Entre todas as pessoas
Que estavam lá,
Já não se podiam ver
Estrelas

Tentando subir degraus
Numa escada velha,
Que grita reclusão,
Que pede um pouco de solidão.

Acabaram traindo desejos e sonhos
Acabaram comprando falsas vitórias
Acabaram desfazendo o compasso
E desnorteando toda a concentração

Já não mais afeto
Já não mais carinho
Já não há por que lutar em favor de.
O sol, nem ele mesmo está lá.

Cantaram pro menino dormir
Cantaram pra não assustar o menino
Desfizeram os sonhos do menino
Brincaram de fazê-lo sentir
Mas negaram no fim da história

A sua sorte é que
Tal qual este texto
Tudo está por acabar
Todas as suas besteiras
Todos os seus sentimentos
Todos os cantos de amor
Toda a infelicidade de amar
Todo querer incompleto

Mas mesmo que chegue o verão,
Sabe ele que
O chocolate quente do inverno
Fica na boca, com gosto de
Saudade.