domingo, 27 de abril de 2014

mas o sol sempre surpreende

há quanto tempo não sento para escrever nada pra você. até me senti estranho quando me bateu a vontade, inspiração. sei lá como você gosta de chamar essas coisas ridículas que te escrevo de vez em quando.

estava sentado na varanda, fumando o último cigarro do maço. acredita que eu não comprei mais nenhum? mas sim, fumava o derradeiro quando lembrei de quê? adivinha? de você mandando eu não esquecer de comprar cigarros antes de sairmos para a festa de casamento do alex e da mônica. 

eles se separaram, você soube? alex me ligou outro dia, me chamando para ajudar na mudança. quando cheguei na casa dos dois, só ele ia se mudar. foi morar em um apartamento pequeno na barra. coitado. ele sempre odiou a barra, sempre disse que ali não é bairro, é lugar pra refugiado. rs. está indignado, mas tá pagando bem mais barato do que pagaria aqui na zona sul. os preços dos apartamentos aqui estão pela hora da morte.

até ofereci nosso outro quarto para  ele, mas ele disse que não se sentiria à vontade morando comigo. disse que eu precisava de privacidade para minhas pegações e ele também. mal sabe ele que, desde que nos separamos, não fiquei com ninguém.

eu sei que você já. não me importa e nem é sobre isso que quero falar.

hoje eu comprei uma garrafa daquela cerveja com banana que você me mostrou uma vez. comprei receoso e com raiva. ela não é muito barata. e você sabe que eu odeio gastar grana à toa. mas, olha, ela não é muito ruim. é até gostosinha.

comprei uma dessa cerveja e comprei uma garrafa de vinho barato. sequei a garrafa ouvindo aquele vinil de gal. sabe aquele que a gente comprou junto naquela barraquinha na cinelândia? nossa, aquele álbum é lindo. você também.

perdoe minhas bobagens. controlar-me-ei. rs.

estou tão bêbado que estou usando mesóclise. há quanto tempo não uso mesóclise? rs. usei uma vez num joguinho contigo. lembro que você disse que mesóclise era um pouco sedutor. "penetrar-te-ei com meu pau", foi o que disse. agora me parece uma incrível bobagem. na hora também me pareceu. mas funcionou. rs.

alex me disse que você estava querendo passar uns tempos fora do país. queria saber antes de você ir, para onde vai. sinto saudade de ser a pessoa para quem suas novidades sempre escorriam. aliás, antes de tudo, não tenho contado as minhas porque não as tenho. 

...

carlos, eu preciso saber de você. quando tiver um tempo, manda um sms.

agora vou tomar um sorvete na lanchonete. os meninos vão passar aqui em casa pra vermos o pôr-do-sol no arpoador. talvez a gente ainda saia hoje. eles querem ir na cine ideal. não sei se vou. chapei demais durante o dia pra suportar uma noitada. nos falamos depois.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

nescafunny

- em que sonho eu sonho meu sonho igual ao teu?
- are you ok, annie?
- não.

sábado, 5 de abril de 2014

Pieguices

Andei cansado nos últimos dias. Comecei a escrever vários textos em terceira pessoa, mas não era eu. Daí abri e fechei o computador diversas vezes. Depois de muitos copos de uísque, durante toda a semana, muitos cigarros e noites em claro, resolvi que nunca mais escreveria.

Na verdade, estou farto de escrever sobre esses sentimentos ruins e pensei que poderia começar a escrever sobre algo alegre, algo que melhorasse o humor e que não soasse piegas. Talvez um texto fantástico, com duendes e magos e monstros subjugados a um bruxo malvado querendo dominar todo o mundo mágico e não-mágico. Desses textos que são sucesso na internet e nos livros e viram filmes e viram séries de TV e empolgam adolescentes.

Decidi que não. E então, escolhi escrever sobre mim mesmo. Contar minha vida em primeira pessoa, minhas histórias, como uma biografia, mesmo que eu seja ainda jovem.

Mas preferi não, também. Andei meio sem coisas pra dizer e decidi me calar. Amor, a falta de você é tão absoluta que o silêncio teu em minha vida faz minha mente esvaziar. Volta pra mim antes que eu emudeça finalmente, antes que não me reste nem sequer um 'eu te amo'.