domingo, 8 de outubro de 2006

Sonho Médio


Ao som das citaras,
Dança o balé,
Sob o luar condensado
De uma noite fria.
E as ameixas, tão vermelhas...
Sinalizam-me para o encontro...

Oh alta torre da justiça
Tão grande quanto impositora
Quantos andares de sacrifício
Pedras e pedras e pedras
Porta de madeira
Séculos de muralhas
Que cobrem as nuvens e deixa esconder o sol
Permita-me subir em seus degraus
Oh, cor viva da alma!
Oh, doce voz da beleza!
Faz-me enxergar a luz do meu sentimento
Faz-me repousar em teus aposentos
Com lençóis de cetim e estofado escocês
Como no passado me fizeste crer...
Mas faz brotar em mim um ímpeto de saudade
Para que eu possa retornar a minha casa
Levemente suspirado
Levemente acordado
Levemente conduzido

Que sua janela enxergue o balé
Que suas cortinas balancem ao vento
Que sua historia mantenha-se viva
Grande construção da grande era
Palácio de reis e rainhas
Onde mora meu pensamento
Onde vivem meus sonhos
Abriga-os sem ressentimentos
Permite-os andar por seus jardins
Visitar seus quartos...

Aos poucos vai se afastando
De minha mente tal visão
Mas ainda ressoam em meus ouvidos
Os sinos e as cítaras
Ressoam ainda os passos belos
Das jovens damas...
Como nuvens, ainda aparecem
Seus vestidos e cabelos...
E vou aos poucos acordando
E abro meus olhos, vendo que...
Vivo num sonho médio
Com a alegria camponesa...
E meus lábios sorriem de êxtase
E meu ser flutua
E meu ser sobrevive...

sábado, 7 de outubro de 2006

Olhos de máscara...

E minha dificuldade de amar
Refletia minha vontade de amar
E meu reflexo no espelho
Era todo lagrimas

Por que ser o que não se é?
Por que dizer o que não se diz?
Por que fingir o que não se finge?

Como fazer do impossível, possível?
Como fazer do meu não o meu sim?
Como desejar a sua felicidade, se,
Para mim, você é indiferente?

Eu to me cansando de fingir
Eu to cansado de fingir
Não quero mais fingir
Vou fugir