domingo, 11 de março de 2007

A Rainha


Vejo um rainha caminhar
Entre as árvores sem folhas,
Num jardim congelado.

Vejo-a com seu vestido vermelho,
Seu rosto cálido
Parece combinar com o clima...

Sua alma está fria
Seus pés parecem levá-la para um abrigo desconhecido
É dona daquele lugar

É rainha! Fria, mas rainha
Triste, mas rainha
Infeliz, mas rainha...

Sua voz não é mais ouvida!
Seus desejos não são mais realizados, mas ela ainda é rainha;
Está abandonada, chorosa;
Tem o poder, tem um reino nas mãos,
Tem a dor em seu coração
Tem neve nos pés!

Caminha solitária e dá liberdade a uma lágrima que escorre em seu rosto,
Uma lágrima que congela.

Ao longe avista o seu castelo,
Lembra dos bailes em seu salão,
Lembra dos jantares, reuniões,
Lembra de sua cama quentinha.

Caminha de volta,
Toma nas mãos um pedaço de gelo que pende de um galho.

Lembra que não passa de imagem.
Ninguém a conhece de verdade.
Ninguém a ama de verdade.
As pessoas amam a Rainha.

Ninguém sabe quem mora debaixo daquele vestido,
Sobre aquela coroa.
Ninguém...

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