domingo, 22 de setembro de 2013
tudo ou nada (ou quando, na verdade, preferi esquecer o que vi e o que ouvi)
ei, amor, porque você nunca me contou sobre esses desenhos guardados nesta caixa, em seu armário? são seus? você desenha bem. mas porque a o nome assinado não é seu? ah, então não são seus. entendi. mas de quem são, meu amor? ah, sim, claro, de um amigo muito querido. tem certeza de que não se trata de um amor do passado? (rsrs) claro que compreendo, meu amor. mas, espere, a data é atual, foi rabiscado este ano, ainda. você ganhou desse amigo querido ainda este ano. por que não me diz, amor? entendo. eu desisto de tentar te fazer falar algo. vamos fazer de conta que nunca vi nenhum desses desenhos. não quero te aborrecer. venha aqui, me dê um beijo! pronto. estamos sem problema, certo? te amo, meu amor!
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Alberto, seu bom filho da puta
Alberto. Esse é o nome do comedor de criancinhas que arruinou minha vida. Quando o conheci ele era apenas o vendedor de uma loja de roupas onde, por engano, fui parar. Logo depois ele viria a se tornar o namorado de meu melhor amigo.
Essa foi a pior maneira do destino fazer nossos caminhos se cruzarem novamente. Começamos a sair, sempre juntos, os quatro. Alberto e meu amigo, eu e meu namorado. Íamos a festas e jantávamos juntos. Assistíamos espetáculos de teatro, tomávamos vinho e discutíamos arte depois à noite.
Fumávamos juntos também. Conversávamos sobre sexo, partilhávamos intimidades e, algumas vezes, a cama. Não pense que fazíamos sacanagem juntos. Não! Dormíamos juntos, eventualmente flagrava Alberto e meu amigo em movimentos denunciantes. E não duvido que eu e meu namorado já não tenhamos sido flagrados.
Éramos jovens e desapegados de demais pudores.
Triste foi o dia que meu olhar cruzou o olhar de Alberto e seu sorriso me pareceu iluminar todo o canto escuro da sala. Já não sentia mais por meu namorado o que sentia em início do namoro. Nenhuma paixão dura para sempre. Mas nunca também sentira por outro homem, que não ele, algo tão forte quanto sentira agora por Alberto. Decerto é apenas a força da convivência, pensei.
Dias se passaram e meu fascínio por Alberto e desfascínio por meu namorado só cresciam. Eu não compreendia muito bem, mas sentia. E não tinha sequer vontade de transar com ele. Mas as cenas de sexo que eu presenciava, agora mais frequentemente, já que moramos, os quatro, na mesma casa, só com essas cenas eu conseguia gozar.
Até que o dia de hoje chegou. Antes desse texto, escrevi uma carta. Deixei dentro do cinzeiro. Alguém lerá. Depois de escrevê-la, peguei minhas malas, minha coleção de discos de vinil e parti. Ainda não sei para onde vou. Talvez para longe da mais profunda dependência, longe do mais triste desquerer e perto de minha sanidade.
Agora, com o vento quase fechando minhas pestanas, já me sinto mais livre. Estou na estrada.
Essa foi a pior maneira do destino fazer nossos caminhos se cruzarem novamente. Começamos a sair, sempre juntos, os quatro. Alberto e meu amigo, eu e meu namorado. Íamos a festas e jantávamos juntos. Assistíamos espetáculos de teatro, tomávamos vinho e discutíamos arte depois à noite.
Fumávamos juntos também. Conversávamos sobre sexo, partilhávamos intimidades e, algumas vezes, a cama. Não pense que fazíamos sacanagem juntos. Não! Dormíamos juntos, eventualmente flagrava Alberto e meu amigo em movimentos denunciantes. E não duvido que eu e meu namorado já não tenhamos sido flagrados.
Éramos jovens e desapegados de demais pudores.
Triste foi o dia que meu olhar cruzou o olhar de Alberto e seu sorriso me pareceu iluminar todo o canto escuro da sala. Já não sentia mais por meu namorado o que sentia em início do namoro. Nenhuma paixão dura para sempre. Mas nunca também sentira por outro homem, que não ele, algo tão forte quanto sentira agora por Alberto. Decerto é apenas a força da convivência, pensei.
Dias se passaram e meu fascínio por Alberto e desfascínio por meu namorado só cresciam. Eu não compreendia muito bem, mas sentia. E não tinha sequer vontade de transar com ele. Mas as cenas de sexo que eu presenciava, agora mais frequentemente, já que moramos, os quatro, na mesma casa, só com essas cenas eu conseguia gozar.
Até que o dia de hoje chegou. Antes desse texto, escrevi uma carta. Deixei dentro do cinzeiro. Alguém lerá. Depois de escrevê-la, peguei minhas malas, minha coleção de discos de vinil e parti. Ainda não sei para onde vou. Talvez para longe da mais profunda dependência, longe do mais triste desquerer e perto de minha sanidade.
Agora, com o vento quase fechando minhas pestanas, já me sinto mais livre. Estou na estrada.
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Eu sou camaleão, cara caramba cara caraô
Mandei que ela parasse com essas coisas de me comparar com qualquer pessoa que já tivesse a beijado. Mesmo que eu fosse igual a muita gente por aí, detestava ter que ouvi-la falar sobre como eu me portava diferente de seu ex-namorado, ou como meu pau era menor que o pau do primo dela. Essas comparações imbecis...
Insisti também, diversas vezes, que ela não falasse sobre nossas intimidades no meio dos amigos. Pelo menos, não quando eu estivesse presente. Ficava constrangido toda vez que ela reclamava para as amigas, e amigos também, sobre eu não conseguir gozar muitas vezes e como isso a frustrava. Segundo ela, seu ex era muito melhor na cama que eu.
Mas os pedidos não adiantaram de nada. Ela prosseguia com a mania insuportável de rir com aqueles dentes que lembravam uma hiena, na frente das pessoas. Uma risada horrorosa, cheia de humor de mau gosto.
Então, num belo dia de primavera - sim, já era primavera - eu acordei na casa dela e joguei todas as calcinhas que estavam penduradas no banheiro em sua cara. Claro, ela acordou assustada. Algumas nem eram dela. E depois falei o quanto achava insuportável ouvir ela rir, ver as calcinhas no banheiro e ter que chupar sua boceta toda depilada.
E com ares de superioridade, cruzei a porta e saí cantando alguma música de Chiclete com Banana, acho que Cara Caramba Cara Caraô.
Insisti também, diversas vezes, que ela não falasse sobre nossas intimidades no meio dos amigos. Pelo menos, não quando eu estivesse presente. Ficava constrangido toda vez que ela reclamava para as amigas, e amigos também, sobre eu não conseguir gozar muitas vezes e como isso a frustrava. Segundo ela, seu ex era muito melhor na cama que eu.
Mas os pedidos não adiantaram de nada. Ela prosseguia com a mania insuportável de rir com aqueles dentes que lembravam uma hiena, na frente das pessoas. Uma risada horrorosa, cheia de humor de mau gosto.
Então, num belo dia de primavera - sim, já era primavera - eu acordei na casa dela e joguei todas as calcinhas que estavam penduradas no banheiro em sua cara. Claro, ela acordou assustada. Algumas nem eram dela. E depois falei o quanto achava insuportável ouvir ela rir, ver as calcinhas no banheiro e ter que chupar sua boceta toda depilada.
E com ares de superioridade, cruzei a porta e saí cantando alguma música de Chiclete com Banana, acho que Cara Caramba Cara Caraô.
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