sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Equinócio


De repente uma brisa leve tocou meu rosto. Era como mãos infantis me fazendo carinho. E um breve sorriso me escapou dos lábios. Há tanto tempo não sorria. Que estranho! Algo parecia escandalosamente estranho naquele momento. Era como se não houvesse mais motivos para esconder alegria. E não havia, de fato. A estranheza era parte de nem lembrar como era sorrir com liberdade de ser feliz.

Tão repentino quanto a alegria foi a tristeza que se seguiu, no entanto, uma tristeza vazia. Um vazio que agora podia ser preenchido. Era essa ideia de que alguém pudesse habitar o lugar que foi de outro por tanto tempo que deixava tudo tão confuso. Um verdadeiro misto de alegria, liberdade, dor, medo, angústia. Saudade. É, acho que essa é a palavra certa. Saudade sem dor. Uma saudade boa e leve, como a brisa.

Levantei da cama, abri as cortinas e a chuva lá fora também tinha parado. O inverno finalmente acabara. E as pessoas já não estavam mais usando guarda-chuvas. Saí do quarto e corri para a sala. A luz brilhante do sol tocava o chão e a mobília e me fazia, ao mesmo tempo, sentir que tudo estava pronto para recomeçar.

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