quarta-feira, 21 de julho de 2010

calmante

borboleta em cima da mesa
como um monte de cores em cima
da prancheta
e um
minuto apenas de sobriedade
e um gole na cachaça pra me fazer dormir
e um beijo e uma raiva e um veneno
e sem querer, explodi 

desde que eu te vi ontem e me imaginei dentro
de seu corpo
e o meu corpo querendo sentir 
contagem regressiva em nossa cama
e dez armar o gozo
pra não se fazer enxergar suor

vai dormir hoje com um pouco de remédios
e vai fazer efeito essa droga que ele fuma?
e esse pó que clareia seu rosto e esconde suas feições
e essa areia que está na sua boca
na sua pele
no seu chão
no chão da sala

se arrasta
moleque cheio de tremores
temores
terrores
atores em cena
e
luz e palco e aplauso 
pra puta que pariu
no asfalto

deixou o sangue escorrer
suor e sêmen
escorrerem
e o pouco da noite passada
passar na lembrança
cachaça, porra, fumaça

sonos em borboleta de cores vic

Um comentário:

Bruna Matos disse...

Daria para fazer uma canção!
Não é que você escreve bem comuoquê?