Lábios de foca
Misteriosos lábios de foca
Novos e virgens lábios
Distração para os inquietos
Saudade para os seus
Xi! Já não se fazem mais amantes como antigamente
São todos pegajosos! Perdidos!
Amo amor, se for a causa!
Amo a distração, se for acontecer.
Depois disso é doer,
Ora bolas, se doe...
Fingir acreditar em quem nem aparece
Oxe, nem é verdade...
E depois dividir aquilo que não se divide?
Não mesmo...
Novo excesso!
Fatos que se excluem sem medo
Desaparecer sem lucro
Chefiar desastres
Desista de ganhar
E não vou negar que de fato
Sou assim
Não tenho de lábios
Não sou inquieto
Não sou pegajoso
Não acredito, nem divido
Não desapareço,
Não desisto
Sou tudo o que não está escrito
Sou desequilibrado
Sou tosco, feio, absurdo
Isso é engraçado...
Sou apenas metade do que pareço.
Mas que merda que eu disse?!
Metade? Não, eu não sou metade...
Sou o quadrado da quinta parte...
Bah, eu não passo do eu-lírico
Desse poema sem graça!
sábado, 16 de dezembro de 2006
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Um Conto De Uma Noite Real
Na escuridão do meu quarto,
Onde liberto meus medos,
Me escondo sobre os cobertores
Nem faço questão que me vejam!
Hoje eu queria não ter que sair
E daí que eu sou melancólico?
E daí que eu minto para mim quando digo que estou bem?
E daí se eu não peço ajuda?
Mas ninguém iria saber me ajudar...
Iriam me dar sermão,
Me dizer que as coisas não podem ser assim, mas isso
É a última coisa, eu garanto, que queria ouvir
Eu queria mesmo era um bom cafuné,
Um café num lugar legal,
Um bom livro...
Queria me desligar do mundo,
Mas não posso, ele insiste em me procurar
Vem me dizendo que sou parte dele
Quando eu menos percebo minhas lágrimas já estão sobre o papel
Que fica molhado e rasga
Tanto como rasga o silêncio da madrugada meu soluço e meu choro,
Finos para que não acordem meus pais
Meu medo se torna realidade
Meu quarto fica mais frio e eu nem tenho mais cobertor!!
A moça canta bonito no rádio, mas não identifico sua voz,
Não codifico sua linguagem,
Sei que ela me diz que é feliz
Ela não pode ser feliz,
Pássaros são felizes
e bebês...
Uma gota de chuva caiu em meu rosto e me fez levantar
Fechei a janela e voltei a dormir
Voltei a chorar
Voltei a cantar lamentos
Voltei a dançar como um frio e despido cadáver
Voltei à vida de sempre...
Acabei de sair do sonho e a moça bonita me diz:
"Seja bem vindo ao mundo real, onde as coisas são de verdade, nada é fantasia,
Só a alegria."
Onde liberto meus medos,
Me escondo sobre os cobertores
Nem faço questão que me vejam!
Hoje eu queria não ter que sair
E daí que eu sou melancólico?
E daí que eu minto para mim quando digo que estou bem?
E daí se eu não peço ajuda?
Mas ninguém iria saber me ajudar...
Iriam me dar sermão,
Me dizer que as coisas não podem ser assim, mas isso
É a última coisa, eu garanto, que queria ouvir
Eu queria mesmo era um bom cafuné,
Um café num lugar legal,
Um bom livro...
Queria me desligar do mundo,
Mas não posso, ele insiste em me procurar
Vem me dizendo que sou parte dele
Quando eu menos percebo minhas lágrimas já estão sobre o papel
Que fica molhado e rasga
Tanto como rasga o silêncio da madrugada meu soluço e meu choro,
Finos para que não acordem meus pais
Meu medo se torna realidade
Meu quarto fica mais frio e eu nem tenho mais cobertor!!
A moça canta bonito no rádio, mas não identifico sua voz,
Não codifico sua linguagem,
Sei que ela me diz que é feliz
Ela não pode ser feliz,
Pássaros são felizes
e bebês...
Uma gota de chuva caiu em meu rosto e me fez levantar
Fechei a janela e voltei a dormir
Voltei a chorar
Voltei a cantar lamentos
Voltei a dançar como um frio e despido cadáver
Voltei à vida de sempre...
Acabei de sair do sonho e a moça bonita me diz:
"Seja bem vindo ao mundo real, onde as coisas são de verdade, nada é fantasia,
Só a alegria."
sexta-feira, 1 de dezembro de 2006
Somos Nós...
Vivos e sobreviventes... Somos nós! E a verdade é aquela máxima daquela música, que eu nem sei se é música mesmo, que diz que da vida que a gente leva a gente só leva a vida que a gente leva... Eu estou aqui hoje pra comentar nossos valores. Onde estão? Quais são? O que se perdeu na humanidade?
A realidade é que estamos esquecendo de ser seres humanos. Muitos de nós apenas vivemos sem ter o prazer de viver. Acorda maquinalmente, trabalha maquinalmente, conversa maquinalmente [se duvidar dos mesmos assuntos], faz sexo maquinalmente, dorme também maquinalmente para acordar no dia seguinte e agir feito máquina de novo. Perdemos o que há de melhor no ser humano: a capacidade de se autocoordenar, de ser um novo homem a cada dia, de variar nossas experiências...
Variar experiências aqui não reflete a variedade de parceiros sexuais, mas variedade de amigos, de humores, de olhares, variedade de sentimentos. Somos muito livres, hoje em dia, mas uma liberdade ilimitada, "estragante", “amedrontante”, muito viciosa e muito boa, se soubéssemos aproveitá-la, mas não sabemos. Com nossa liberdade, fazemos tudo tão intensamente, que chega a ser insosso, sem gosto, um prazer sem prazer real, um prazer "matrix".
Somos iludidos, pré-estimulados pela TV, fabricados em nossa própria casa e programados para agir de maneira a nos fazer sair muito melhor que nosso amigo vizinho de porta, desde infância: "ele é seu concorrente", na escola, com as meninas, no vestibular, no mercado de trabalho, na rua... É seu possível assassino. As pessoas tendem a ver concorrência até mesmo no ato de olhar.
O que nos falta hoje em dia é o real sentido de existir. E não é nascer, crescer, reproduzir e morrer, como nos livros de ciência. É crescer, enxergando adversidades alheias, aprender a conviver com as mesmas, dividindo as angústias e os medos [SURPRESA! TEMOS MEDO!], é poder acordar e sorrir com prazer por saber que seu dia pode ser bom e ser tudo que você espera, é sorrir para um amigo e poder sentar debaixo de uma árvore para conversar ou para um piquenique. É amar sem medo de morrer de amor, é fazer sexo por amor e não para liberar gametas ou satisfazer instintos [quem satisfaz instinto é bicho], é dar "bom dia" com um sorriso no rosto e chegar à noite com o mesmo sorriso ou um ainda maior, por causa do prazer maior, o de estar vivo.
Nossos grandiosos tesouros já partiram. E foram junto com a dignidade do negro ou do índio, junto com o respeito ao idoso, junto com o amor pela boa música e com a admiração de um belíssimo pôr-do-sol. Nossos valores partiram junto com nossos limites. Ficou hoje o receio, a inveja, a revolta, o abandono, filhos sem pais, pais sem famílias, desestruturação do natural e formação do grotesco, do bizarro, quebra de esperanças... Mas como diria o saudoso Carlos Drummond de Andrade, "Uma flor nasceu no asfalto...", afinal de contas, "a esperança é sempre a última que morre"!!
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