quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Um Conto De Uma Noite Real

Na escuridão do meu quarto,
Onde liberto meus medos,
Me escondo sobre os cobertores
Nem faço questão que me vejam!

Hoje eu queria não ter que sair
E daí que eu sou melancólico?
E daí que eu minto para mim quando digo que estou bem?
E daí se eu não peço ajuda?

Mas ninguém iria saber me ajudar...
Iriam me dar sermão,
Me dizer que as coisas não podem ser assim, mas isso
É a última coisa, eu garanto, que queria ouvir

Eu queria mesmo era um bom cafuné,
Um café num lugar legal,
Um bom livro...

Queria me desligar do mundo,
Mas não posso, ele insiste em me procurar
Vem me dizendo que sou parte dele

Quando eu menos percebo minhas lágrimas já estão sobre o papel
Que fica molhado e rasga
Tanto como rasga o silêncio da madrugada meu soluço e meu choro,
Finos para que não acordem meus pais

Meu medo se torna realidade
Meu quarto fica mais frio e eu nem tenho mais cobertor!!

A moça canta bonito no rádio, mas não identifico sua voz,
Não codifico sua linguagem,
Sei que ela me diz que é feliz

Ela não pode ser feliz,
Pássaros são felizes
e bebês...

Uma gota de chuva caiu em meu rosto e me fez levantar
Fechei a janela e voltei a dormir
Voltei a chorar
Voltei a cantar lamentos
Voltei a dançar como um frio e despido cadáver
Voltei à vida de sempre...

Acabei de sair do sonho e a moça bonita me diz:
"Seja bem vindo ao mundo real, onde as coisas são de verdade, nada é fantasia,
Só a alegria."

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