terça-feira, 26 de abril de 2016

adeus

sabe aquela sensação de que nada é real, de que tudo é, mais ou menos, um sonho? a mesma sensação que eu tenho quando sei que já chapei. mas tô de cara. sei que estou. até poderia ter usado várias coisas pra me ajudar a dormir, mas não rolou. porque eu quero estar acordado quando você chegar. quero que leia essa carta em frente a mim, olhando nos meus olhos a cada pausa entre os parágrafos. a verdade é que eu queria te matar aos pouquinhos, com requintes de crueldade. jogar álcool em cima de sua ferida e assistir a você se contorcer de dor. a mesma dor que me fez sentir quando resolveu passar por cima de nossa história indo trepar com augusto. o bom disso tudo é que eu também trepei com ele. e estamos quites nessa questão. agora eu só preciso que você acabe de ler isso e vá embora para sempre. e me deixe em paz.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

noite

além desse mundo há outro mundo. um que a gente não pode ver. que é mais limpo. é inverso. reverso. controverso. parece o que é, mas não é de verdade. só que de mentira também não é.

e quando tentamos olhar através de nós ele surge em outro sentido. como se tudo fosse ao contrário. mas nossos olhos não estão acostumados a ver assim. por isso criamos em nossas mentes um mundo que é igual. o que não faz sentido nenhum pois para que haveria de haver dois mundos iguais?

eu afirmo pois conheci uma garota do outro mundo que era como eu. tinha meu mesmo nome, mas não podia me ouvir quando eu a chamava por mim mesmo.

o outro mundo é a entrada para o outro mundo que ainda há depois do outro mundo. e depois do céu tem outro céu e no chão não há chão. tudo é espaço para dar espaço para o fundo do mundo.

o fim do mundo acaba no início. e no fim de tudo encontramos as chaves. todas sobre a mesa.

como nos contos.