terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Mas acontece que eu sou triste...

Olá, meu querido amigo,

Há quanto tempo não nos falamos... Sinto sua falta. Sei que estamos brigados e que não deveria estar falando contigo, mas meu coração sempre amolece depois de um tempo distante. É, não é fácil ficar longe de quem a gente gosta. E eu gosto de você.

Queria te dar notícias sobre mim. Primeiro, gostaria de agradecer seu conselho em me afastar daí. O clima da cidade me fazia muito mal. A proximidade com os ares daí realmente afetava a minha saúde tanto física quanto mental. Não conseguia respirar muito bem. Estar longe de tudo por aí tem me feito vislumbrar outro futuro, algo mais saudável.

Estive, também, longe de tudo que costumávamos usar: álcool e cigarro. E isso me ajudou a ficar limpo. Aqui é muito difícil conseguir essas coisas. Menos cachaça. Mas eu prefiro passar meu tempo lendo debaixo de uma árvore a perder tempo indo ao bar escutar histórias de bêbados (por mais que sejam engraçadas e inspiradoras).

As mulheres daqui são bem atiradas aos forasteiros. Uma delas se tornou muito minha amiga. Ela é lésbica e paquera a cozinheira da fazenda, uma jovem de vinte anos, de corpo bem feito. Acho que o flerte é recíproco. Já assisti a trocas de olhares mais quentes que aqueles que trocamos em nosso último encontro.

Por falar nisso, imagino que a rosa que te dei já deve ter morrido. Muitas coisas morrem com o tempo. Muitas.

Querido amigo, encerro estas poucas palavras pois não temos mais muitas coisas a falar. Sinto saudade de você. Uma saudade já muda, sem forças até para sair de mim. Acho que essa notícia deve ser boa para você, no fim das contas.

Em tempo, envio beijos e abraços aos seus. A Fernando, um forte abraço, a Glauce, um beijo estalado na bochecha. A sua namorada, felicitações por seu aniversário, que eu sei, foi recentemente.

Grande abraço de seu, agora, ex-amigo,

Diego Souza da Costa

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