terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Contas de Ogum

Refeito em sopro
Como um algo que surge
Sou apenas virtude
Virtude disfarçada de imperfeição

Enquanto as voltas
Do colar de contas
Me parecem enforcar o pobre garoto
Me sufoco em um beijo interminável

Onde há língua e lábios e saliva
E mais um resto de sedução
Que com fé em Ogum, salvará a noite.

Há mais que desejo entre nós e eu posso sentir
Há um tanto de sentimento
E eu sei disso, por que assim disse minha mãe

Quando a chuva veio e levou de mim toda a lama
Eu descobri que não era apenas um sonho bom
E então? Onde estavam mesmo as pétalas de rosas?
No buquê da noiva, esperando um sentido de estar

As contas em azul-marinho me davam tranquilidade
E era assim que eu esperava a noite

Aquele rapaz de Ogum, os conselhos de minha mãe
E a sedução irremediável de seus olhos
Negros como sua pele
E sua fé
E suas armas.

Aprisionando-me em braços e abraços, amarrando
Suas contas nas minhas
Um tanto folclórico e lendário
Um tanto irremediavelmente deslumbrante
Ao juntar o que há em nós de melhor.
Minha virtude e sua virilidade.

Um comentário:

Cais da Língua disse...

Oi...passando aqui pra dizer q vc escreve muito bem
parabéns
filhos de ogum são emsmos retados
hahuha
sou de logum
abraço