quinta-feira, 22 de maio de 2008


Fiquei procurando encontrar lábios macios


Nos quais desejava me afogar


Em beijos demorados


Sofrendo o desejo, o tesão, a vontade de ter alguém pra chamar de meu


A saudade de sentir no calor do outro, o conforto para noites frias

sábado, 10 de maio de 2008

Noite de boemia...


Conta o alarme que as horas passaram!
Me parece que o relógio é mais que um velho amigo!
Talvez seja apenas minha velha impressão!
Mas talvez seja apenas o copo de vinho!
Quando eu olho para fora
Vejo o sol... Ainda!
Ainda!? Já!?

Tem mil horas que eu estou aqui!
Mil horas se passaram!? Ou eu apenas não suportei a dose do absinto!?
Me parece que o galo cantou num terreiro próximo!
Mas o galo cantou!? Talvez seja minha fértil imaginação!
Filosofando como sempre! Escrevendo um poema em um pedaço de papel!

Sei que das mulheres que estavam comigo, me resta apenas uma!
As outras sumiram nos becos e cantinhos com meus amigos!
E ainda vejo o sol!
Na beira do mar! Deve ser dia!
Mas é nessa praia que aprecio o pôr-do-sol!
É fim de tarde!
Mas e o galo cantor!? Cantor adiantado!? Atrasado!? Galo japonês!?
"Galo de macumba!", gritou o bêbado da mesa seis ou mesa nove a depender do ângulo!

Se meu relógio não estivesse agora nas mãos de um trombadinha eu até veria que horas são!
Mas confiar em meus olhos cheios de fumaça dos cigarros dos vizinhos de mesa!
Cheios de absinto e vinho!
Meus olhos não são confiáveis!
Meus amigos não são confiáveis!!
Não conseguem estar normais!

Chega de incerteza! Chega de querer saber que horas são!
É melhor começar a aplaudir o cantor que se esforça pra conseguir atenção!
Que música chata!
Melhor tomar conta de minha companhia...
Ela já não está em seu melhor estado!!
Mas se o despertador tocou!?

Que horas são!?
Sol!?
Vou cair no mar!
Tomar banho de água salgada!

Bem que me avisaram que era galo de macumba!
Maldito copo de absinto!
Me deixa zonzo lembrar de como é bom!
Dorme!...






Imagem: Sara Mello (artista plástica)

A resposta virá depois da redenção!
O sim se pronunciará e o não se calará!
O beijo servirá para selar nosso contrato!
E o medo não tomará conta das nossas atitudes!

Lança-te ao fogo e verás que somos brasa!
Aproveita enquanto queimam as chamas,
Depois restarão apenas cinzas

E pó!

sábado, 3 de maio de 2008

Nostalgia


Eu já ouvi alguma coisa sobre ouvir estrelas
num poema jogado num canto do meu quarto.


E eu tô tentando lembrar
Mas as únicas coisas que me passam à cabeça
Uma música romântica, uma baladinha adolescente
A imagem do seu rosto junto ao meu
A lembrança de seu rosto, sorrindo
Como na primeira vez

O gosto do seu beijo, clichê muito grande
Mas é inesquecível
Saudades dos segundos em silêncio

Depois do beijo que eu já esperava, antes de nascer

Se somos predestinados, se somos almas gêmeas
Tanto faz, pouco importa
Meu desejo, meus sentimentos

A única coisa que eu sei é que estou
Irremediavelmente viciado em você
Apenas sua voz me acalma
Te ver me faz querer estar apaixonadamente perdido

O bom disso tudo é saber que
Quando a música terminar
Tudo isso não vai passar
De poema deixado pra trás, enrolado num canto do meu quarto