sexta-feira, 28 de maio de 2010

Alessandra e Alberto

Segurou as lágrimas no olho. Achava a vista do mar tão bonita durante a tarde. Esperava sempre o pôr-do-sol sentada na mesma pedra há treze anos. Estava mais uma vez naquela pedra que já era amiga de suas alegrias, tristezas, euforias e dores, amores, paixões, medos...

Agora estava apenas admirando o mar. A beleza das ondas que iam e vinham e iam e vinham e iam. Alessandra sentada na pedra. A lágrima contida no olhar.

Conversava com o vento, com a areia. Colocava tudo o que sentia naquele momento em palavras jogadas.

Alessandra amava estar sozinha, mas agora sentia-se abandonada. Estava triste. A lágrima irremediavelmente escorreu pelo seu rosto.

Alberto passou, percebeu que uma mulher chorava sentada em sua pedra. Olhou para ela e perguntou o que se passava. Na mesma hora ela secou com a manga da camisa e disse: "Só uma lágrima!"

Alberto respondeu: "Então quando acabar, saia de cima da minha pedra, preciso eu chorar nela daqui a pouco."

Enquanto se punha o sol, Alessandra caminhava pela areia voltando para casa enquanto Alberto sentava na pedra.

Areia.

Mar.

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