sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sávio

Apenas olhou o travesseiro ao lado
Meia cama vazia
Um copo de whisky pela metade
Pontas de cigarro sobre o criado-mudo

O telefone celular não tinha chamadas perdidas,
Nem mensagens de textos recentes
Apesar de ser isso que ele tanto esperava.

Não lembrava de como era chata essa espera
Na verdade, nunca passara por aquela agonia

Pareciam intermináveis horas
Minutos
Segundos
Parecia que a noite também não acabara 
E ele ainda estava lá!
Esperando

Como era ruim ter que passar por isso!
Como era angustiante esse momento!
Apenas olhava o celular,
Verificava mais uma vez que não havia nada
E baixava a cabeça.

Pensou em ligar
Discou os números que correspondiam ao de Jorge
E ninguém atendeu

Acendeu mais um cigarro
Foi até a janela
Ver a chuva tocar o vidro

Olhou a tempestade que caía
E discou mais uma vez
Ninguém atendeu.
Desistiu.

Talvez hoje não fosse um bom dia
Deitou novamente
Ouviu o trinco da porta girar
Jorge apareceu com o sorriso mais bonito do mundo
Pediu desculpas
E sentou na beira da cama

E passaram o resto do dia
Fazendo com que ele fosse bom.